DEPOIS DE SETE MESES: DETIDO AGENTE DO SIC QUE TERÁ MORTO À TIRO TRÊS ANTIGOS VIZINHOS


O Subinspector de Investigação Criminal do SIC, Watukaneto Moreira, tcp "Zico", suspeito de disparar mortalmente contra três antigos vizinhos, no bairro Curtume, município do Cazenga, em Luanda, encontra-se detido, após estar foragido por mais de sete meses.

O facto aconteceu na madrugada de 19 de Junho do ano passado, altura em que o oficial subalterno, foi acusado de disparar mortalmente contra Francisco Adriano Manuel, 69 anos, atingido com um tiro na região do abdômen; José Almeida de 22 anos, morto com um tiro na cabeça e do peito, ambos membros da mesma família e o terceiro Bilson Paulo, de 19 anos, atingido com dois disparos na região do peito.

A vítima Francisco Manuel, acompanhado do neto José de Almeida e do amigo deste, Bilson Paulo, saiam de um óbito, na 8ª Avenida, do bairro Curtume, ao chegarem a casa, alegadamente com algumas dificuldades de entrar por falta de chaves, foram atingidos por disparos de arma de fogo, sem que se saiba até ao momento o que terá acontecido de concreto.

Castro Manuel, o sexto filho, de 10 irmãos, da vítima de 69 anos, naquela altura contou que sabia que o pai que se encontrava no óbito a qualquer altura regressaria, entretanto, por volta das 2horas, conta que ouviu alguém a bater na porta e de seguida disparos de arma de fogo.

Com coragem, minutos depois abriu a porta e reconheceu o pai já estatelado no chão.

O que o deixou espantando, deparou-se com o ex-vizinho, conhecido na vizinhança por Zico,  com arma de fogo na mão de tipo pistola e questionou  se não conhecia o seu pai? Sem que obtive uma resposta.

Castro, confessou que acção do presumível efectivo do SIC que cresceu no bairro, não terminou por aí, efectuou um disparo em direcção a si, mas por sorte não o atingiu, um acto que considera de tentativa clara de queima de arquivos por tê-lo reconhecido.

Depois de um tempo, como sabia que o pai estava no chão da rua agonizar, saiu com outros membros da família, enquanto o seu sobrinho e o amigo já estavam mortos, tentaram socorrer o progenitor, mas em vão, pois, acabou por sucumbir a caminho do hospital.

Ainda antes de amanhecer, Castro Manuel afirma que compareceram no local do crime, efectivos da Unidade de Reacção e Patrulhamento (URP), acompanhados de uma viatura para a remoção dos cadáveres, sem a devida perícia, que deixou inquieto os familiares, suspeitando que pretendiam limpar as provas do crime.

Questionado, se eventualmente durante os anos de convivência, ocorreu desentendimento entre as duas famílias ou particularmente com o acusado, Castro respondeu, que não.

O interlocutor, no ano passado, desmentiu as informações postas a circular, de que as vítimas por volta das 3h00, estavam a escalar o muro de casa e a vizinhança notou movimentos estranhos, pensando que se tratava de marginais e apelaram por socorro.

António de Oliveira Manuel, sétimo filho do malogrado Francisco Adriano Manuel, exortou na altura aos órgãos de justiça, que fizessem devidamente o seu trabalho, para esclarecer as reais motivações do efectivo do SIC, para que fosse responsabilizado pelos danos causados, a pesar de reconhecer que já não traria de volta os entequeridos.

Conhecido no perímetro, a pesar de mudar de residência, até 19 de junho do ano passado, continuava a frequentar o bairro, pelo facto de ter familiares que residiam no local e depois do acto, com suspeitas de retaliação, colocaram-se em fuga.

SETE MESES DEPOIS

 

O Serviço de Investigação Criminal, em coordenação com a Unidade Delta da PIR/PNA, em cumprimento de um mandato de detenção, relativamente ao processo-crime n° 2767/024 e 3877/024 PGR,  em que Watukaneto Moreira, tcp "Zico", está arrolado, foi possível a detenção do mesmo, por volta das 13h00, desta quarta-feira, 29, no bairro Zango 2, município do Calumbo, província do Icolo e Bengo.

O efectivo acusado de Homicídio Qualificado em razão dos Meios, de 40 anos, faz parte do SIC Luanda.

“No âmbito da estratégia de pureza interna, já decorre o competente processo disciplinar que conhecerá o seu desfecho a breve trecho”, informou o Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da direcção Geral do SIC e exorta permanente denúncia por parte dos cidadãos contra os actos que alterem a ordem e tranquilidade públicas. 

Redacção Ponto de Situação

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