VENÂNCIO MONDLENE REJEITA 3 DE FEVEREIRO COMO DIA DOS HERÓIS DE MOÇAMBIQUE

O autoproclamado presidente do povo Moçambicano, Venâncio Mondlene assinou no domingo, 2, um decreto que revoga o 3 de fevereiro, como dia dos heróis deste país e divulga uma lista com as novas figuras históricas para os moçambicanos.

Oficialmente moçambique assinala esta segunda-feira, 3, o dia dos heróis deste país, anualmente marcado como feriado, para recordar todos os cidadãos que contribuíram na luta pela libertação deste território africano.

O político derrotado nas últimas eleições gerais, conforme tornou público o Conselho Constitucional, divulgou o segundo decreto presidencial “em nome do povo”, a pesar de formalmente Daniel Chapo está a liderar o país, após cerimónia de tomada de posse, realizada a 15 de janeiro.

O antigo candidato presidencial em nome do partido PODEMOS, anunciou que este ano, será o último em que o povo vai celebrar o 3 de fevereiro e propôs que nesta data, cada cidadão possa erguer cartazes com as figuras que acha serem as suas referências.

Na sua opinião, esta data não representa o povo moçambicano, alegadamente a história ensinada nas escolas de Moçambique, relativamente a efeméride não é a verdadeira e diz que está ligada somente a Frelimo, partido cujo membro lidera o país. Para Venâncio Mondlene, este território deve ter uma data inclusiva, com indicação de figuras que lutaram para o bem comum ou seja,  em defesa dos valores nobres.

 O decreto 002/2025, que entra em vigor esta segunda-feira, 3, que diz ser de cumprimento obrigatório, inclusive para o governo liderado por Daniel Chapo, estipula o 18 de março, como a nova data de celebração dos “Heróis da Nova Era”, que marca o início da terceira República em Moçambique, de acordo ao político, “porque foi neste dia, em 2023, que começou o grande movimento para a nova República".

O político assegurou que foi nesta altura em que agentes da polícia moçambicana dispersaram, com balas de borracha e gás lacrimogéneo, um grupo de jovens que pretendiam realizar marchas em vários pontos do país, em homenagem ao 'rapper' de intervenção social Azagaia, que morreu por doença uma semana antes. Os jovens, de acordo relatos, foram acusados de tentativa de golpe de Estado, supostamente nunca demonstrada pelas autoridades.

"Este foi o dia da comemoração e da celebração da vida e da obra de Azagaia (...) Foi ali onde tudo começou e, depois, vieram as manifestações que ocorreram ao nível das eleições autárquicas e agora as manifestações ao nível das eleições gerais. Isto tem história", disse Venâncio Mondlane, na live realizada na sua página do Facebook, no domingo.

Após consulta pública, mediante realização de um inquérito, o político refere que a maioria dos moçambicanos, aprovou uma lista com as figuras que devem ser consideradas de heróis, previamente analisada por uma Comissão Técnica.

No documento, consta que nesta primeira fase, o povo seleccionou 14 figuras deste país, que devem ser consideradas como os “Heróis da Nova Era”, nomeadamente: Eduardo Mondlene, Samora Machel, Afonso Dhlakama, Edson da Luz “Azagaia”, Elvino Dias, Paulo Guambe, Jeremias Ngwenha, Gilles Cistac, Mano Shottas, Siba-Siba Macuácua, Carlos Cardoso, José Craveirinha, Maria de Lurdes Mutola (em vida) e Maria Alice Mabota.

Na sugestão dos inqueridos, constavam outros nomes, como é o caso de Venâncio Mondlene, Dinis Tivane e Adriano Nuvunga, mas negaram ser considerados heróis nesta conjuntura, por acharem que ainda têm muito que prestar para o país.