EM MOÇAMBIQUE: DANIEL CHAPO EXONERA COMANDANTE GERAL DA PRM
- por Redação --
- Thursday, 23 Jan, 2025
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo exonerou esta quinta-feira, 23, Bernardino Rafael, do cargo de Comandante Geral da Polícia Republicana de Moçambique (PRM), deixando as funções com um processo crime na Procuradoria Geral deste país.
Nomeado em 2017, pelo antigo presidente, Filipe Nyusi, Bernardino Rafael foi substituído, por Joaquim Adriano Sive.
O antigo Comandante Geral, é acusado por vários actores da sociedade moçambicana, de ser um dos culpados pela brutalidade policial que ocorreu naquele país, durante o período pós-eleitoral, acções estas que de acordo algumas Organizações Não Governamentais, terminaram em raptos, sequestros, mortes e ferimentos.
Segundo o Relatório de Monitoria dos Protestos referente ao período de 21 de outubro de 2024 a 15 de janeiro deste ano, da Plataforma Eleitoral Decide, os números na primeira fase, as estatísticas apresentam 864 detenções, 47 feridos e 16 mortos. Na fase seguinte, fala-se em 699 detenções, 36 cidadãos ficaram feridos e resultou em 13 mortos, protagonizado por suposto agentes da polícia.
O Relatório aponta na terceira fase, 1.237 detidos, 86 feridos e 11 mortos, enquanto que, nesta quarta fase, a Plataforma Eleitoral Decide obteve os seguintes dados: 1.428 populares detidos, 410 ficaram feridos e 270 cidadãos perderam a vida.
Há dois meses, o activista e defensor dos direitos humanos Wilker Dias deu entrada a uma queixa-crime à Procuradoria Geral da República, contra Bernardino Rafael, justificando ser um dos responsáveis pela actuação violenta dos agentes da polícia, contra os manifestantes.
"Não se tratou de um caso isolado. Diversos acontecimentos comprovam isso e, como defensor dos direitos humanos, não poderia simplesmente ficar em silêncio e assistir à morte dos meus irmãos, culpando apenas o Estado", disse o activista a imprensa.
Wilker Dias esclareceu que o Estado tem os seus quadros e dirigentes que emitem ordens e precisam ser responsabilizados e acredita, o que aconteceu, é uma acção coordenada.
O activista exigiu na queixa-crime, para além da responsabilização do antigo Comandante da PRM, a proibição para o exercício de cargos públicos.
Redacção Ponto de Situação