Na província do Icolo e Bengo

FEBRE DE REJEIÇÃO DAS MOEDAS METÁLICAS DE 10 E 20 KWANZAS CHEGA AO WALALE

Depois da matéria publicada pelo portal Ponto de Situação sobre as denúncias em torno da rejeição das moedas metálicas de 10 e 20 kwanzas em alguns bairros das províncias do Huambo, Benguela e Luanda, desta vez chegam relatos da província do Icolo e Bengo, concretamente no bairro Walale, onde a população também começou a recusar as moedas.

Por: Leal Mundunde

Imagem: Cedida

Passaram-se dois dias desde a publicação da matéria com o título: Circulação de moedas metálicas de 10 e 20 kwanzas enfrenta rejeição”. Agora, os moradores do bairro Walale, localizado no Zango, na província de Icolo e Bengo, também se recusam a aceitar as moedas.

“Começou na tarde de sexta-feira [30 de Maio]. Não aceitaram o troco, porque disseram que já não vale”, disse o cidadão identificado como Francisco, que possui um pequeno estabelecimento em casa, onde comercializa produtos diversos.

Segundo o interlocutor, a resposta que recebeu do cliente foi que as moedas metálicas de 10 e 20 kwanzas já não têm validade no país.

“Praticamente, você entrega o troco, dão barra [negam]”, foi nesses termos que a fonte se manifestou diversas vezes ao longo da interacção.

Questionado sobre se, diante da rejeição por parte dos clientes, permanece com o troco ou adopta outro procedimento, respondeu:

Por exemplo: “O sampapito que vendíamos a 10 kwanzas, agora estamos a vender cinco sampapitos por 50 kwanzas, para não ficarmos com o troco do cliente”.

Para evitar constrangimentos, os preços dos produtos estão a ser ajustados. A fonte revela que alguns artigos que custavam 70 ou 80 kwanzas passaram a custar dois produtos no valor de 150 kwanzas, e os que valiam 90 kwanzas agora são vendidos por 100.

O morador do bairro Walale revelou que, incluindo os motoqueiros, os responsáveis pelos tanques de água, catinas e vendedores ambulantes, a maioria já não está a aceitar as moedas, o que lhe causa preocupação, pois tem conhecimento de que o governo não anunciou a retirada das moedas metálicas do mercado.

O comerciante deduz que, nos próximos dias, a “febre” poderá espalhar-se por outros territórios caso os órgãos competentes não intervenham, o que obrigará os empresários que possuem armazéns a começar a rejeitar as moedas, por saberem que estas já não têm saída junto da população.

“Há uma senhora que chegou a queimar todas as moedas de 5, 10 e 20 kwanzas, de tanto nervosismo, porque tem uma bancada e os clientes não estão a aceitar este dinheiro”, contou.

O cidadão disse que, em quase todo o perímetro do Zango, a situação é semelhante e espera das autoridades um pronunciamento urgente para travar o fenómeno que se tem registado nos últimos dias.

“Em nenhum momento foi divulgado um decreto a dizer que o dinheiro já não vale, mas o povo já está a recusar-se a aceitá-lo”, terminou a fonte do Ponto de Situação, na manhã deste sábado, 31 de Maio.

Recorda-se que as primeiras informações começaram a surgir no início do mês, na província de Benguela, concretamente nos municípios do Lobito e da Catumbela. Em pouco tempo, também foram registados relatos semelhantes no Huambo. Em Luanda e na província de Icolo e Bengo, os relatos continuam a surgir.

“Na zona do Benfica [Luanda], também estão a rejeitar as moedas de 10 e 20 kwanzas. As senhoras alegam que as moedas pesam na carteira, e os clientes também não querem recebê-las pelo mesmo motivo. Isto é um grande abuso, uma vez que as moedas continuam em circulação!”, revelou uma internauta na página do Facebook do portal Ponto de Situação.

A revolta daqueles que discordam da postura de vários populares tem sido recorrente nos últimos dias.

Até ao momento, ainda não houve qualquer pronunciamento oficial por parte das autoridades governamentais.

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Redacção Ponto de Situação

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