Sofrimento de menores

CRISE EM GAZA: FOME AMEAÇA A VIDA DE BEBÉS E AGRAVA SITUAÇÃO HUMANITÁRIA

Imagens que chegam de Gaza, sobretudo em locais de conflitos, mostram crianças desnutridas a enfrentar as consequências da fome, o que agrava a situação humanitária e alerta o mundo para ajuda urgente.

As fotografias dos menores postas a circular, mostram a situação difícil que as mesmas vivem. Chegam relatos de menores que inclusive têm dificuldades em chorar, pois as vozes estão rocas.

"O hospital conseguiu, com muita dificuldade, encontrar um pouco de leite para ela. Procuraram em todos os hospitais, mas só encontraram em um. Disseram que me darão um frasco quando eu sair, mas mal dá para quatro dias. O pai dela é cego e não pode comprar leite para ela. Mesmo se encontrássemos, seria caro, e ele está desempregado", disse uma das mães, cujo filho recebe cuidados médicos numa das unidades hospitalares.

De acordo com dados avançados, todas as fotografias publicadas são de agências internacionais, que as verificaram e identificaram as vítimas e fazem parte de uma realidade “chocante e cruel”, tendo como objectivo principal alertar o mundo o quadro vivido neste território.

 “Já vimos que se consegue restabelecer o estado nutricional, mas o que fica para sempre é o impacto transgeracional, que se traduz em problemas de saúde óssea e muscular, na forma como o metabolismo é programado para a instabilidade alimentar”, avançou uma das fontes à BBC News.

Helena Trigueiro investigadora destaca que “a relação com os alimentos, seja em quem passa fome ou para bebés de agora ou bebés de futuro, pode também ficar comprometida, como Ancel Keys já tinha concluído nos anos 50 do século passado, cujo estudo mostrou que os participantes revelaram preocupação com a comida quando esta já não era mais escassa, apresentando ainda sinais de isolamento social”.

Danos neurológicos de crescimentos irreversíveis

 “Alguns danos neurológicos e de crescimento são irreversíveis, especialmente se a fome ocorreu nos primeiros mil dias de vida (até aos dois anos de idade)”, alertou Nuno Olim, especialista no ramo da saúde.

Segundo o especialista, após reabilitação nutricional, que depende de pessoa para pessoa, “uma criança com desnutrição grave pode precisar de dois a três meses para recuperação clínica. Já a  plena recuperação cognitiva e física pode levar anos ou nunca ocorrer, se as lesões forem irreversíveis”, alertou.

De referir que estudos mostram que o corpo humano é capaz de aguentar 60 dias sem alimentos desde que tenha acesso, a água, facto que tem sido um problema em Gaza.

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Redacção Ponto de Situação

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